terça-feira, 10 de maio de 2011

Menina, passe aqui.

Ela pára por um momento. Olha para mim de soslaio. Demora um bocado ainda... Senta ao meu lado, um olho ainda na balbúrdia.
- Frota... Que foi? - doce parvoíce.
- Foi que te gosto. - azeda honestidade.
- Oh! Não sejas parvo! - já se foi.
Levanta-se de um gesto. Sorri com ironia e brincadeira. Sorrio de volta, menos máscaras. Assusta-se num segundo. Rapidamente se recompõe. Lança um beijo de criança e segue.

Já não consigo imaginar. Não, é outra coisa. Não lhe vejo grande prazer já. Julgava que chegaria aqui mais tarde. E que gosto de imaginar. Só já não lhe tiro o mesmo prazer de antes.
Honestamente? Estou velho e cansado. Velho e cansado, digo eu! Aos dezoito! Melhor ainda, depois de dois cafés.

A caneta já não fala comigo. Está seca, mais pesada. Não sei porquê. É a mesma. Quanto muito ceder-lhe-ia tornar mais leve, da falta de tinta. Pesada, só se for dos fardos que lhe carrego. Hmm... talvez... não foram poucos, admito...

Mania das reticências! Farto delas! Farto de ficar suspenso na ideia, à espera de um final que tarda!

Isto é mais difícil do que pensei.