domingo, 5 de junho de 2011

Já estou cansado de dar títulos


Não sei bem o que quero pôr aqui. Tanto me angustia a indecisão que me começa a nascer o capricho de deixar a página em branco. Não tenho vontade alguma de escrever. E neste momento tenho tantos outros apetites por saciar que a caneta se sente preterida. Peço desculpa e beijo-lhe a tampa, mas acho-o insuficiente. Mais tarde compensá-la-ei. Tenho que anotar isso.

Mas agora não.

Agora quero mais. Quero diferente. Quero um bolo seco e sumo de laranja para acompanhar, daquele amargo e por espremer. Quero pegar no telemóvel e passear entre os números de três raparigas atraentes até decidir não ligar a nenhuma. Quero tomar um banho de água fria porque está calor e não temos ar condicionado. Quero andar nu pela casa e molhar o chão atrás de mim. Quero coçar o escroto e esfregar os olhos. Por essa ordem. Quero voltar a pegar no telemóvel e decidir-me por uma outra rapariga aleatória e começar a conversa com uma frase sem contexto nenhum. Quero-me aperceber que é considerado rude falar com uma mulher completamente nu, mesmo que ela não o veja. Quero informá-la da minha situação e perguntar-lhe a sua opinião. Quero ouvir a opinião dela. Quero continuar sem roupa de qualquer das formas. Quero ver pornografia. Quero tocar a segunda sonata de Bach. Quero desligar a chamada com um "amo-te", ou "vai-te foder", dependendo da ocasião.

Quero parar de escrever e fazer isso tudo.

Aliás,