sexta-feira, 9 de setembro de 2011

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Devagar

Na verdade, só não te escrevo porque me ressinto na palavra. A tinta fala diferente: quer ser lida, conhecida. Mas não posso, ou quero. Sinto-lhe a nojice na voz. A cona implícita, lembras-te? Mais tarde, provavelmente. Se não fosse o palavrão, a escrita seria pura. Dissaborosa, portanto. Tudo o que é branco é monótono. Fora o sexo obviamente. Lá está, falta pudor.
Não sejas marota, peço à palavra. Mas és tu que me lês assim. Se pedires à Dª. Célia que leia a frase não se lhe lembra o falecido marido que ficou coxo no Ultramar. Isso és tu que me enches a página de erotismos teus próprios. Não que me queixe, de todo. Até gosto de foder e de o dizer (ou escrever), é só que queria manter o parágrafo limpo, percebes? Com algum sentido de virgindade, mesmo que falsa.
Tentativa inútil pois bem. Adiante, sejamos porcos imundos fodilhões. Sejamo-lo dignamente. Com toda a nobreza e orgulho devido. Falemos de conas e caralhos e do bem que nos fazem. Façamo-lo abundante e abusivamente. E lê-me nu, todo, como só me conheces. E não cores ou desvies o olhar. Lê-me impudente e fode na certeza que me fodes todos os momentos já.

Há duas portas em branco num terreno de palha, sim? Ao fundo, a tua cona brilha nojenta. Se faço o texto por capricho teu, faço-o com as minhas palavras. Aqui vês a badalhoquice do que és tu em mim. Daquilo que só sei dizer aqui. Do que só o sémen e o sangue sabem na sua sodomia saborosamente subtil. Sabê-lo é senti-lo da forma que te falta. Gorda e lívida a palavra foge pelo canal, teu canal. Se orgasmas, grita-o. Não te gosto calada e franzida.
Mas dizia. A tua cona nojenta não me cheira ao perfume, nem às comidas, não tem côr do teu cabelo, nem dos olhos, não se afigura beijável como boca. Aí te encontro. A ti. Sem nome nem traje nem palavra nem cara nem ideia nem decisão. Nada do que és, tudo o que detestas, contido naquilo que desprezas. E contudo és tu ainda. Já to disse várias vezes, mas apenas quando reparo. Sem julgamento. Sem passado. Sem experiências. Sem saberes ou quaisquer diferenças. Sem sequer pensar. Porque vai mais fundo quem não pensa em tentar. Sem purezas nem princesas. Imunda e nojenta, tu. Sem recordações. Livre de escolhas e de outros que não nós. Perdida no luxo do coito. E és feliz. Num estado do inteiramente sexual. Fora dos eixos. Porque o importante é a foda, e eu fodo agora.

Sei que não gostas. Sei que me estraga. Pouco me aflige. És tu. E veres-te como eu vejo vale a pena não te ver.

Deixa-me perguntar agora quando disto percebeste? Quanto desprezaste por juízo caprichoso? Do sexo partilha-se apenas o coito, acreditas. Se engolires o conceito, se entenderes a palavra, sabe-o. Se por força maior o sentes, encontra-me no bordel a filosofar.

sábado, 6 de agosto de 2011

Que linda falua que lá vem, lá vem

Ora onde íamos nós? Queres um amo-te? Muito bem. Rode a roda Sr. Alcino e veja a sorte da menina! Saiu «amo-te»? Não? Temos pena senhorita. Fique com o prémio de consolação: «tens um rabo jeitoso e um peito de sonho». Como foi concorrente exímia até lhe ponho uma oferta extra: «davas uma boa foda com certeza». E por apenas mais dez euros ainda junto um chuto no cu.
Que tal? Menina aceita ou compra bilhete para rodar outra vez?

terça-feira, 5 de julho de 2011

Esgota este momento




até restar só a boa memória


domingo, 5 de junho de 2011

Já estou cansado de dar títulos


Não sei bem o que quero pôr aqui. Tanto me angustia a indecisão que me começa a nascer o capricho de deixar a página em branco. Não tenho vontade alguma de escrever. E neste momento tenho tantos outros apetites por saciar que a caneta se sente preterida. Peço desculpa e beijo-lhe a tampa, mas acho-o insuficiente. Mais tarde compensá-la-ei. Tenho que anotar isso.

Mas agora não.

Agora quero mais. Quero diferente. Quero um bolo seco e sumo de laranja para acompanhar, daquele amargo e por espremer. Quero pegar no telemóvel e passear entre os números de três raparigas atraentes até decidir não ligar a nenhuma. Quero tomar um banho de água fria porque está calor e não temos ar condicionado. Quero andar nu pela casa e molhar o chão atrás de mim. Quero coçar o escroto e esfregar os olhos. Por essa ordem. Quero voltar a pegar no telemóvel e decidir-me por uma outra rapariga aleatória e começar a conversa com uma frase sem contexto nenhum. Quero-me aperceber que é considerado rude falar com uma mulher completamente nu, mesmo que ela não o veja. Quero informá-la da minha situação e perguntar-lhe a sua opinião. Quero ouvir a opinião dela. Quero continuar sem roupa de qualquer das formas. Quero ver pornografia. Quero tocar a segunda sonata de Bach. Quero desligar a chamada com um "amo-te", ou "vai-te foder", dependendo da ocasião.

Quero parar de escrever e fazer isso tudo.

Aliás,

terça-feira, 10 de maio de 2011

Menina, passe aqui.

Ela pára por um momento. Olha para mim de soslaio. Demora um bocado ainda... Senta ao meu lado, um olho ainda na balbúrdia.
- Frota... Que foi? - doce parvoíce.
- Foi que te gosto. - azeda honestidade.
- Oh! Não sejas parvo! - já se foi.
Levanta-se de um gesto. Sorri com ironia e brincadeira. Sorrio de volta, menos máscaras. Assusta-se num segundo. Rapidamente se recompõe. Lança um beijo de criança e segue.

Já não consigo imaginar. Não, é outra coisa. Não lhe vejo grande prazer já. Julgava que chegaria aqui mais tarde. E que gosto de imaginar. Só já não lhe tiro o mesmo prazer de antes.
Honestamente? Estou velho e cansado. Velho e cansado, digo eu! Aos dezoito! Melhor ainda, depois de dois cafés.

A caneta já não fala comigo. Está seca, mais pesada. Não sei porquê. É a mesma. Quanto muito ceder-lhe-ia tornar mais leve, da falta de tinta. Pesada, só se for dos fardos que lhe carrego. Hmm... talvez... não foram poucos, admito...

Mania das reticências! Farto delas! Farto de ficar suspenso na ideia, à espera de um final que tarda!

Isto é mais difícil do que pensei.

sexta-feira, 29 de abril de 2011

Limonada

Tenho um nada pensar que me sabe a sal.
Do que não conhece a cor da cal.
Que já nem me importo de amar
No nada pensar que te fodo no ar
Livre de qualquer merda gravitacional.
E o misticismo, de putanismo,
Não vem à minha porta cobrar.
Tudo porque vi ontem passar um energúmeno monismo.

Trazia botões no bolso das calças
Nenhum deles amarelo.
Apareceu-me da esquerda dos sinais
Ou da direita - ou do fundo do cu donde vêm os ais
E saiem da boca nas palavras que atropelo -
E olhou-me ganindo algures sentindo
Que o sítio dos ais lhe vinha fugindo
E com os poios do chão reunindo.

quarta-feira, 13 de abril de 2011

Ratos de Biblioteca (2)

É uma nova confortante. É qualquer beleza de outra natureza. Dir-se-á do moreno que é mais sereno. Assim parece, de relance. O andar já não ostenta todo o excesso e volúpia. Pelo contrário, é natural, terreno. Sim que não aviva o sexo, mas dá de um certo carinho. Não revolta o olhar, mais que enche de ternura. É simples e bom. Antes, é amoroso apenas o suficiente.

O cabelo castanho passa-lhe pouco mais que os ombros. Liso e de corte certo, cativa sem inebriar. O corpo magro e elegante, pernas finas, calçado corriqueiro. Uma camisola azul, sem decote, lhe cobre tronco e braços. As gangas justas e agradáveis. Não vejo carne senão a das mãos e pescoço. E alas! Que vejo a cara sem forçar os olhos. Sabe bem apreciar sem a preocupação de controlar a mente e dominar a vista. Não se veste de setas nem se prende no sensual. O que nela sobressai, naturalmente o faz. E estranhamente, nem é o peito que me vejo fitando, mais que os dedos: longos e finos. Quase os penso doces percorrendo o meu corpo tal aranha amável.
Notou-me. Sorriu. Vi-lhe os olhos, do mesmo castanho que lhe tomba dos ombros. Falou à amiga. A voz é quente, a boca pequena e ténue. Não notei pinturas. A pele, pálida, sussura suavidade. E toda a doçura que nela encontro me lembra inocência.

Teve frio, vestiu fino couro. Cai-lhe bem a delicadeza.

Levanta-se enfim. Guarda os livros, um a um, o estojo e a carteira. Os cadernos debaixo do braço. Volta-se e sorri de novo.
Adeus. Gostei de te conhecer.


Ratos de Bilbioteca (1)

segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Vai-te foder.






Sim. Tu.

Vai pró caralho.











Cala-te! Foda-se!

Queres um chuto no cu?! Desampara-me o blog!
















Põe-te no caralho! Já!











Para além de cabrão és teimoso?

Merdas do caralho. A tua fronha mete-me nojo!































VAI PRÁ PUTA QUE TE PARIU!


















sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Virgin of Tears

I take her along on a dirty lane.
Standing by her, I wonder I'm sane.
Hold my peace amidst her mane
And still I doubt we're one and the same.

Strange a world that bore thee, Effy.
New the life, living the death you see, Effy.
My darling we'll get there we, dear Effy.
Worry not now, it's but a year or three, sweet Effy.
May you change them as you've me.

Secret and free, ...Effy.

Stay, the way you've deemed be...
...no other suits thee.

this place is (cold) (cruel) nice